LA Times: Lana Fala Sobre A Sua Nomeação Nos Globos de Ouro
- lanadelreyportugal
- 10 de jan. de 2015
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Lana Del Rey concedeu uma entrevista ao LA Times onde falou da sua nomeação nos Globos de Ouro, da sua contribuição para o filme “Big Eyes”, da sua escrita, entre outras coisas.
Assustadores quadros antigos de crianças com grandes olhos e a igualmente retorcida história da artista por trás deles são o centro do novo filme de Tim Burton: “Big Eyes”. A verdadeira e surreal história da pintora Margaret Keane ressoa em toda a faixa-título da cantora Lana Del Rey. A assombrosa música, “Big Eyes”, agora nomeada para um globo de ouro, assenta normalmente para Del Rey, uma artista pop que é regularmente famosa pelo seu estilo cinemático. Por exemplo: o seu último álbum, 'Ultraviolence', foi assim intitulado como uma referência do filme “A Clockwork Orange”, e as suas contribuições para outras bandas sonoras como “Maleficent” e “The Great Gatsby”. A nativa da costa Este de 29 anos ( cujo nome verdadeiro é Elizabeth Woolridge Grant) falou sobre ter trabalhado com Burton, o seu amor pelo surreal…
Num filme,como nos seus próprios álbuns, a sua estética é tão linda e melancólica. Fazer música é um esforço triste para si?
(Ri) Não, eu realmente aprecio-o. Fazer um álbum – é de onde toda a diversão vem. Quando acabou, é como se, oh Deus. Eu meio que entro em luto.
Wow. Eu nunca esperava que usasse um adjetivo como “diversão” para descrever o processo.
Triste é feliz para mim. Eu amo. Quando eu escrevo músicas meio “agridoces”, eu sorrio. É por isso que eu gosto do Tim Burton. O mundo dele é baseado nisso também.
Então é uma fã de Burton?
Sou uma grande fã. Eu adoro “Edward Scissorhands.” Mas foi Harvey Weinstein que quis que eu trabalhasse neste filme. Ele perguntou-me há seis meses atrás se eu faria uma faixa-título, e depois, durante a edição, ele quis outra música para o fim. Isso acabou sendo a música “I Can Fly.”
O seu som é tão visual e tem um estilo meio “noir”. O processo é semelhante quando faz a sua própria música em oposição a uma música para um filme?
Definitivamente. Eu consigo vê-lo e ouvi-lo. Eu estou a trabalhar num novo álbum e tenho esta música, “Music to Watch Boys To.” O título guia-se a si próprio a um visual de sombras de homens a passar pelos olhos desta rapariga, pela sua cara. Eu consigo definitivamente ver as coisas.
O filme tem um grande imaginário graças àqueles quadros com grandes olhos, mas é também esta história angustiante de uma mulher enganada pelo marido. Ele essencialmente afirma que é o pintor dos quadros e por alguns anos o mundo acredita nele.
Quando estou a escrever músicas, o meu lugar preferido para viajar é a minha imaginação, então ter um filme como este torna tudo mais fácil para ir até lá. Eu consigo imaginar outra camada, o que aconteceu a Margaret (Keane, a artista interpretada por Amy Adams), o quão entusiasmada ela estava no início, como ela pensava que tinha encontrado um pai para a sua filha. E depois que se tornou num pesadelo. É uma grande história para se desenvolver uma música em torno dela.
Certo. Uma banda sonora não deveria apenas ecoar no que você vê num filme; deveria, de facto, adicionar outra camada.
Para mim, a melodia deve também contar a sua própria história. Quer seja pequena ou grande, quer se escolha usar um violino ou uma flauta. No filme “The Godfather”, muitos desses pequenos detalhes eram apenas uma tuba ou um violino. Pense no estado de espírito do filme… existia uma razão para que a música fosse tão solitária, tão triste.
Agora a sua faixa-título tem uma nomeação nos Globos de Ouro, competindo com artistas contemporâneos como Jonh Legend e Lorde.
Eu cresci a ver os Óscares e os Globos de Ouro, mas não eu não me lembro da categoria de melhor música ter muitos artistas contemporâneos. Mas talvez seja eu, que interesso-me mais pelos “Scores”.
Quais são alguns dos seus preferidos?
O de Thomas Newman para o filme “American Beauty”. Eu lembro-me da primeira vez que eu vi o filme, a música é a primeira coisa que se ouve. Eu amei. Ou então os detalhes que Nino Rota fez para o “The Godfather” ou Giorgio Moroder para “Cat People”. Eu amo escrever para filmes porque eu amo qualquer coisa que faça sonhar. Eu ainda vejo filmes para sonhar.
Daniel Heath produziu e também escreveu a música “Big Eyes” consigo. Ele tem sido um colaborador de longa data.
Sim! (Ri) Dan foi o melhor amigo do meu primeiro namorado. Nessa altura ele apenas fazia pequenas coisas para a televisão – os programas eram horríveis mas o seu trabalho era lindo. Eu disse: “Tens de trabalhar comigo em verdadeiras músicas. A escrita é simples: introdução, verso um, um refrão, que se repete três vezes. A ponte é separada de tudo o resto.” Isto foi tudo o que ele precisava de ouvir para começar a mandar-me fantásticas composições. Ele fez a faixa-título do 'Ultraviolence' para mim. Ele adiciona muito de cinema nas minhas músicas.
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